sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Artigo da disciplina Educação Índigena, disponível também no Jornal A Gazeta de 19/11/2009

Artigo:

Ruan Linconl P. Barriga*/Lígia da C. Pereira**/Cíntia C. da Silva***/ Maria Aparecida N. da Silva¹

A valorização do indígena é possível?

Muito se fala em como valorizar o índio no contexto contemporâneo, são várias as especulações, ações e reflexões sobre o assunto, procurando as alternativas para esta questão.

Os focos dessa tentativa de valorização do índio se dão nos aspectos: econômico, social, cultural e educacional, sendo que os dois últimos aspectos são os mais relevantes, pois têm conseqüências positivas no que se refere a identidade cultural dos indígenas.

Quando se fala da cultura indígena estamos falando dos costumes que os índios vivenciam em suas tribos, cultura esta que eles com dificuldade vêm tentando manter em decorrência das influências que a globalização provoca em todos os espaços. É neste momento que a educação indígena faz-se necessária, não para submeter o índio a nossa forma e maneira de educar, mas para dar subsídios teóricos e práticos para o resgate e o fortalecimento da cultura indigenista.

É a partir da tomada de consciência de sua situação no mundo que o índio poderá contribuir para sua inserção de forma autônoma neste contexto, e isso só será possível por meio de uma educação emancipatória. Para tanto “é necessário o desenvolvimento de currículos específicos; calendários que respeitem as atividades tradicionais dos grupos indígenas; metodologias de ensino diferenciadas; publicação de materiais didáticos em línguas indígenas e formação especializada de índios para que eles se tornem professores indígenas” (SILVA e AZEVEDO, 1997)².

A educação indígena como política publica tem que ser promovida pelo Estado, para isso é fundamental compromisso para implantação dessa política de educação que leve em consideração a realidade indígena, a cultura e o histórico de aculturação desses povos, trabalhando junto com os próprios indígenas na busca do melhor caminho para seus povos, incentivando-os à idéia de autonomia do indígena e superando certos paternalismos que foram a base para implantação das políticas publicas do passado e que até hoje perduram.

Os índios estão vivos, e como vivem podem aprender, podem crescer e podem ser, e a educação é imprescindível para esta possibilidade em qualquer sociedade, grupo ou nação, com ela é possível uma valorização verdadeira dos indígenas, para que eles lutem, resgatem e disseminem sua própria história, que também é nossa.

*Acadêmico do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da UEAP.

** Acadêmica do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da UEAP.

*** Acadêmica do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da UEAP.

1 Mestre em Educação e Professora de Educação Indígena da UEAP.

2 Referência: SIlVA, Márcio e AZEVEDO, Marta. Pensando as escolas dos povos indígenas do Brasil: o movimento dos professores indígenas do Amazonas, Roraima e Acre. In: LOPES DA SILVA, Aracy e GRUPIONI, Luis Donisete. A temática indígena na escola - novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO. 1995.

Nenhum comentário:

Postar um comentário